(Foto: Cassiano Rosário/Futura Press)
O ex-juiz Sergio Moro (União) conquistou, neste domingo (2/10), a vaga no Senado destinada ao Paraná. O candidato atingiu 33,50% dos votos e ultrapassou o favorito nas pesquisas, o senador Álvaro Dias (Pode), que terminou em terceiro lugar, com 23,94%.
Faltando dois dias para o pleito, Moro foi alvo de uma representação da federação Brasil da Esperança, apresentada na Justiça Eleitoral na sexta-feira (30/9), que pedia a retirada de uma postagem feita pelo ex-juiz na qual insinuava que o principal adversário, Álvaro Dias, tinha uma ligação com o Partido dos Trabalhadores (PT). A federação acusou Moro de disseminar desinformação na tentativa de induzir o eleitor do estado. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) negou o pedido de retirada.
Álvaro terminou a disputa em terceiro lugar, atrás de Paulo Martins, candidato do governador Ratinho Júnior, do Partido Liberal (PL), que atingiu o segundo lugar com 29,12%. Os três compõem, juntos, o maior quantitativo de votos entre nove candidatos, o que já era apontado pelas pesquisas eleitorais. No entanto, a ordem prevista pelo último levantamento feito no estado, do Ipec, apresentou um resultado diferente do das urnas.
Na pesquisa, publicada neste sábado (1º), Álvaro Dias (Pode) era apontado como o ganhador da única vaga que o estado tinha para preencher neste ano no Senado, com 41% dos votos válidos. Sergio Moro (União) estava em segundo lugar, com 35%, e Paulo Martins (PL) com 14%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR-04355/2022; e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o código PR-02084/2022.
Sete candidatos registraram menos de 10% dos votos
Rosane Ferreira (PV) terminou a disputa com 8,16%; Desiree (PDT), com 2,24%; Aline Sleutjes (Pros), com 1,54%; Orlando Pessuti (MDB), com 1,09%; Laerson Matias (PSOL), com 0,31%; Roberto França da Silva Junior (PCO), com 0,06% e Dr. Saboia (PMN), com 0,04%.
Quem é Sergio Moro?
Sergio Fernando Moro, de 50 anos, é jurista e ex-professor universitário. Ele iniciou a magistratura em 1996 em Curitiba. Auxiliou a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber no caso do Escândalo do Mensalão, em 2012. Em 2014, começou a julgar, em primeira instância, os crimes descobertos pela Operação Lava-Jato, atuação que o fez ganhar notoriedade em todo país e ser base da campanha de Moro para o Senado, focada na anticorrupção.
Em 2017, foi responsável por condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em primeira instância, decisão que foi anulada pelo STF em 23 de junho de 2021 — os ministros afirmaram que Moro agiu com parcialidade no julgamento.
Foi o primeiro ministro da Justiça do governo Bolsonaro, entre janeiro de 2019 e abril de 2020, cargo que deixou após acusar o presidente de não cumprir a promessa de ele ter carta branca para atuar como quisesse no cargo. Ele também afirmou que Bolsonaro agia para interferir na Polícia Federal (PF).
Em novembro de 2021, filiou-se ao Podemos e, após, ao União Brasil, com o intuito de se lançar como candidato à Presidência da República. Sem apoio da sigla, se lançou para o Senado. Em setembro deste ano, declarou apoio a Bolsonaro na disputa pela Presidência. (Informações: CB)