Influenciadora revela ameaça de morte de ex à polícia

Esfaqueada pelo seu ex-companheiro, o apucaranense Gabriel Augusto, 26 anos, a influenciadora Daniele Gonçalves, 32 anos, disse em depoimento à Polícia Civil, um dia após o crime, que aconteceu no último dia 9, que foi agredida fisicamente e recebeu ameaças de morte do suspeito.

O crime aconteceu em Londrina, norte do Paraná, em frente à residência da vítima, que foi atingida por golpes de facão após ter o vidro do carro quebrado pelo agressor. Os detalhes do relacionamento conturbado, que durou cerca de 8 meses, foram revelados em depoimento, colhido pela delegada Carla Gomes no Hospital Universitário (HU) e exibido pela RPC Londrina nesta terça-feira (16).

“Ele quebrou o vidro com o facão e me puxou pra fora. Aí ele começou a me dar (facadas) no rosto, eu fui me proteger com o braço, aí foi onde que ele foi mais agressivo, né. Gritei meu irmão, gritei a minha mãe. Na hora que meu irmão conseguiu sair, ainda viu ele entrando no carro e indo embora”,disse Daniele.

A influenciadora descreveu o momento que notou mudanças no comportamento de Gabriel, dias antes do crime. “Na época da ExpoLondrina, agora em abril, me deu uns indícios assim de que ele tinha realmente problema, né. Ele rasgou minha camiseta no quarto do hotel. Eu estava com uma camiseta comprida de um amigo, daí ele surtou de ciúmes e rasgou”.

Daniele relatou à delegada que foi ameaçada de morte no mesmo dia. “Ele falou que se eu não ficasse com ele, ou se ele não me matasse, ele ia matar as pessoas que eu mais amo da minha família”, contou.

A vítima disse que depois da briga foi até Goiânia (GO), onde morou por cinco anos antes de retornar ao Paraná. Na capital goiana, afirmou que foi perseguida pelo ex-companheiro. “Ele queria que eu abrisse meu telefone. Não deixei. Aí ele quebrou o meu telefone, me deu dois tapas no rosto, muito fortes, e me enforcou. Me deixou por, mais ou menos, quase um minuto sem respirar”, relatou.

Daniele não procurou a delegacia para registrar um boletim de ocorrências ou pedir uma medida protetiva. No depoimento, ela explicou para a polícia o motivo de não ter procurado proteção das autoridades. “Eu fiquei com medo de fazer lá em Goiânia porque ele sabia onde minha amiga morava. Aí como cheguei em Londrina à noite, não tinha dado tempo de ir (na delegacia)”.

Gabriel Augusto, morador de Apucarana, foi preso na quinta-feira (11) em uma clínica psiquiátrica em Maringá, também no norte do Estado, após os próprios advogados informarem a localização dele à Polícia Civil. 

O advogado João Batista Cardoso informou que o apucaranense foi transferido da unidade prisional onde se encontrava para o Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Segundo a defesa, ele estaria em surto psicótico quando atacou a vítima. Após o crime, ele fugiu para uma região de mata, avisou a família e logo depois foi internado. Ele já teria agredido outras mulheres, de relacionamentos anteriores, vítimas residentes em Apucarana, Cambé e São Paulo.