A Polícia Civil do Paraná abriu um inquérito para investigar o desabamento do teto de um supermercado em Portal do Paraná, no litoral do estado. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (25), o delegado Jader Roberto afirmou que pediu a documentação para confirmar se o local tinha todas as autorizações para funcionar.
O acidente aconteceu na noite da última sexta-feira (22). Na ocasião, três pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas.
“Nós emitimos todos os ofícios para os órgãos competentes – prefeitura, Crea e Corpo de Bombeiros – para obter as informações necessárias se havia alvará de funcionamento. Existe até um site público, o Siga Fácil, que reúne a documentação necessária para que o empreendimento possa funcionar, lá as documentações necessárias não estão inseridas. Todavia, não podemos afirmar que não havia licença. Seria temerário por parte da Polícia Civil fazer qualquer afirmação sem uma resposta formal”, disse o delegado
O supermercado foi inaugurado na noite da última quinta-feira (21) para convidados e abriu para público na sexta-feira (22). O acidente aconteceu por volta das 19h.
“Foi uma tragédia de uma magnitude estratosférica. O supermercado foi inaugurado na quinta-feira e na sexta-feira houve esse desabamento. Temos que averiguar se existia a necessidade de seis caixas suspensas e se havia a necessidade de o supermercado demandar essa quantidade de água”, ressaltou Jader Roberto.
Conforme Jader Roberto, também foi solicitada a planta do estabelecimento para análise técnica e envolvidos serão ouvidos nos próximos dias.
“Nós vamos ouvir todos os envolvidos, inclusive os parentes das vítimas e pessoas que estavam no mercado. A princípio vamos buscar ouvir as pessoas chaves: o engenheiro que fez o projeto, o engenheiro que executou a obra, o fiscal da obra, o dono do empreendimento e todos que norteiam a questão da execução da obra”, afirmou.
A polícia aguarda ainda os laudos da perícia para direcionar o inquérito.
“A perícia foi concluída ontem e agora temos que aguardar o desfecho para seguir uma linha e responsabilizar alguém: quem projetou a obra, quem executou a obra, quem fiscalizou, quem comprou os insumos para realização da obra. Então, é muito cedo para apontar os responsáveis”, explicou.
Assim que os responsáveis forem identificados, a princípio eles devem responder por três crimes de homicídios culposos e 12 lesões corporais.
“Pode ser que venham a surgir mais vítimas e essas lesões corporais vão ser mensuradas no decorrer das investigações, porque pode variar de leve, grave e gravíssima”, pontuou.
Ao todo, três pessoas morreram e 12 ficaram feridas. As vítimas fatais do acidente eram funcionárias do supermercado e trabalhavam no setor de panificação: Rayssa Batista Santos, de 18 anos, Camille Vitoria Dias, também 18, e Pryscilla Maris Tascheck Farro, de 36.
A queda da laje, que sustentava as caixas d’água do supermercado, aconteceu no começo da noite de sexta-feira (22) e atingiu uma área de depósito e a panificadora.
Em nota, o Super Rede informou que presta toda solidariedade aos familiares das vítimas.
“Nossos corações estão entristecidos por este acidente, que causou a perda de vidas preciosas e ferimentos em outros. Neste momento de dor e luto, expressamos nossos sentimentos às famílias que foram afetadas por esse acidente, oferecendo nosso apoio e nossas preces por sua força e conforto”, disse.
A rede ainda afirmou que está à disposição para ajudar as autoridades e familiares das vítimas para esclarecimentos e apoio.