
O brasileiro acostumado a receber o lanche ou a porção, até mesmo o almoço ou o jantar no aconchego do lar, deve ir procurando outros meios de ter essa regalia porque a UberEats anunciou o encerramento das atividades no serviço de entrega de comida de restaurantes no Brasil. A data da finalização dos trabalhos está agendada para o dia 7 de março próximo.
O aplicativo de delivery que hegemoniza o segmento no país é o iFood. Com a saída da Uber desse mercado, a colombiana Rappi se posiciona como a principal concorrente da gigante brasileira. Segundo o jornal Valor Econômico, a dificuldade de competição com o iFood é um dos motivos do fim do serviço da UberEats. Questionada sobre o tema, a Uber se limitou a enviar um comunicado no qual não explica a razão da decisão.
O que se pode notar é que ao longo dos anos houve uma deterioração da imagem da empresa que sempre foi associada ao transporte de passageiros. “Quando alguém diz Uber, se pensa no motorista. Quando diz iFood, se pensa no entregador. Há uma situação em que esse tipo de consumo se automatizou ao mesmo tempo em que há um monopólio do iFood”, descreve um dos diretores da marca. Ele explica que a UberEats é uma coisa e a Uber transporte é outra. “Uma coisa não tem nada a ver com a outra”, pondera.
Além do anúncio que surpreende empresários do setor gastronômico quanto clientes, ainda tem o fator desemprego, pois são milhares de brasileiros que vivem da informalidade e que estão ganhando a vida com as entregas da UberEats, recebendo em média R$5,00 por entrega de moto ou bicicleta. Laís da Silva Oliveira trabalha há um ano como entregadora da UberEats na cidade de Mauá, região metropolitana de São Paulo. “Vai ficar complicado, pois é uma fonte de renda e é um app que não é tão cheio de regras”, relata.
Em nota, a empresa disse que “segue seu compromisso com seus mais de 1 milhão de motoristas parceiros que geram renda fazendo viagens e entregas pela plataforma – o volume de viagens no Brasil já é maior do que o registrado no período anterior à pandemia”. No entanto, o que se pode notar é que a empresa Uber vai se manter no país, porém, nas atividades de transporte de passageiros e entregas do ramo supermercadista. (Foto: Bruno Kelly/Reuters)