363% de crescimento no número de linhas de crédito oferecidas foram registrados pelo Sebrae. Pequenas empresas possuem mais de 150 opções.
Por meio de um levantamento, realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), concluiu-se que os pequenos empreendimentos brasileiros dispõem de mais de 150 linhas de crédito específicas.
Esse número é pertencente ao relatório semanal, executado pela instituição desde 27 de março e divulgado em 2 de junho, durante o auge da crise econômica, em função da pandemia do novo coronavírus.
Desde o início da pesquisa, o Sebrae localizou o aumento de 363% no número de linhas de crédito entregues por bancos e cooperativas. Caso queira localizá-las, basta acessar a lista completa no site do Sebrae.
A título de comparação, no início da propagação da Covid-19, foram colhidas 33 ofertas de crédito específicas para pequenos negócios, de acordo com dados do Sebrae.
Visão de especialistas
Segundo o analista de serviços financeiros do Sebrae, Weniston de Andrade Abreu, esse é um indicativo de que as financeiras estejam focadas na relevância de crédito para sobrevivência dos pequenos empreendimentos.
Na perspectiva do economista do Ibmec-DF, Frederico Gomes, com o progresso, os empresários passam a ter mais alternativas para pesquisar e selecionar a linha de crédito que mais se enquadre em suas condições.
Porém, o especialista também lembra que não é simplesmente pelo fato de ter mais opções que o crédito irá chegar para o pequeno empresário. “Uma coisa é disponibilizar a linha de crédito, outra coisa é ter esse dinheiro efetivado. A disponibilização da linha não significa reembolso”, afirma Frederico.
Em um outro estudo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que nove de cada 10 pessoas que solicitaram crédito em maio tiveram o pedido negado ou ainda está em análise. O número representa 86% dos pedidos.
Critérios a se analisar
O economista Frederico Gomes listou quatro critérios a serem analisados pelas pequenas empresas ao solicitarem as linhas de crédito.
Em primeiro lugar, é preciso verificar a taxa, pois quanto menor melhor será para o empreendedor. Também é necessário verificar a taxa efetiva da operação, que sintetiza o quanto irá pagar no final com os custos do empréstimo.
Depois, precisa-se ver qual é o limite da operação, disponibilizado conforme o tamanho da empresa. De nada adianta contratar um empréstimo com um valor alto e depois não conseguir pagar. O mesmo acontece com o limite baixo, que pode não solucionar muita coisa.
Outro fato a se considerar é o prazo total, que irá variar de acordo com o período de recuperação do empreendimento.
Por fim, deve-se olhar a carência, já que as empresas estão “sem receita” e podem tardar a voltar ao seu ritmo normal. Portanto, um maior prazo para começar a pagar o empréstimo pode ser uma excelente opção ao empreendedor.
Como selecionar a melhor linha de crédito?
Frederico argumenta que a escolha da melhor linha de crédito se dá pela análise das melhores condições financeiras do pequeno negócio, assim como das exigências das linhas de crédito apresentadas.
“Se o empresário não tem garantia para oferecer, deve procurar aquela que não oferece isso; se a taxa gera uma prestação que não vai conseguir pagar, então vai ter que descartar”, salienta.