Falsos doutores aplicavam golpes em diversos estados, inclusive em Curitiba, onde mais de 50 pessoas foram lesadas
Equipes das polícias Civil do Paraná e do Ceará estão nas ruas, desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (22), para cumprir 83 ordens judiciais contra uma organização criminosa responsável por se passar por escritórios de advocacia e aplicar golpes em diversos estados do Brasil. As polícias paranaense e cearense trabalham em conjunto.
Conforme as investigações, os criminosos entravam em contato com pessoas que tinham valores a receber em precatórios e realizavam cobrança indevidas utilizando documentos falsos, com a promessa de liberar o pagamento do precatório. Ao menos 50 pessoas registraram boletim de ocorrência sobre o fato somente em Curitiba.
A polícia divulgou que as investigações foram de alta complexidade e apuraram que os indivíduos se passavam por representantes de escritórios de advocacia, criavam registros no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) falsos e, ao entrarem em contato com as vítimas, davam informações reais sobre processos dos quais elas eram partes.
“A associação criminosa era extremamente organizada, afrontavam funções essenciais à justiça se fazendo passar por escritórios de advocacia. Afrontavam também o poder judiciário falsificando documentos judiciais como acórdãos, sentenças”, conta o delegado Emmanoel David.
Os suspeitos utilizavam diversos números telefônicos para aplicar os golpes via aplicativo de mensagens. Nas conversas pediam dinheiro às vítimas para que pagassem documentos, com a promessa de que receberiam o valor total dos processos jurídicos.
De acordo com as informações, nos endereços citados como os supostos escritórios de advocacia funcionavam, na verdade, estabelecimentos como pastelaria e lojas. As investigações também contaram com o apoio da Ordem de Advogados do Brasil (OAB).
“A OAB Paraná tem dado suporte às investigações graças ao monitoramento constante dos casos que nos informaram. Reforçamos tanto para a classe quanto para a comunidade a importância de denunciar esse tipo de situação para que as autoridades policiais possam atuar e erradicar o problema”, ressalta Marilena Winter, presidente da OAB Paraná. (Foto: PC/PR)