Petista exagerou no discurso e chamou presidente da Casa de corrupto, deu quebra de decoro parlamentar
Mexendo com os ânimos nos corredores da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o processo no Conselho de Ética que pode levar a cassação do mandato do deputado estadual Renato Freitas (PT) avança e pode ter uma definição do relator ainda nesta semana. Nesta segunda-feira (27), testemunhas de defesa foram ouvidas, duas faltaram e a mais polêmica, Vicente Baptista Malucelli, foi retirado do processo por impedimentos jurídicos.
Freitas é acusado de quebra de decoro parlamentar ao chamar de corrupto o presidente da Alep, o deputado Ademar Traiano (PSD), durante sessão no último dia 9 de outubro, o que levou a representação protocolada contra o petista. Uma das testemunhas dele era o empresário Vicente Malucelli, que em 2020 fez acordo de delação premiada em um processo que investiga um suposto recebimento de propina por parte de Traiano para a renovação do sinal da TV Assembleia.
O processo seria de um acordo para a contratação da TV Icaraí como prestadora de serviços. O caso tramita em sigilo e esse foi o motivo da advogada do empresário, Thaise Mattar Assad, pedir a dispensa.
Em entrevista ao Portal Nosso Dia, Renato Freitas afirmou que a iniciativa de trazer Vicente para testemunha foi para pedir a quebra de sigilo do processo que envolve Traiano. “O empresário Vicente, representante da empresa que administrou a comunicação da Assembleia, fez uma delação que envolveu o deputado e está em sigilo. Com a quebra, saberemos o que aconteceu. O que não pode é a censura para que eu não fale disso. Isso é muito grave”, afirmou. No entanto, ao chamar Traiano de corrupto sem ter provas, Renato Freitas poderá enfrentar um processo de cassação do seu mandato. (Foto: Reprodução/TV Assembleia)