O terceiro dia de julgamento do Caso Daniel, no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, começou com os ânimos exaltados. Logo nos primeiros minutos da sessão, iniciada às 9h04 desta quarta-feira (20), advogados de acusação e defesa protagonizaram momentos de discussão.
A sessão foi aberta pelo juiz Thiago Flores Carvalho com a réplica da promotoria. Entretanto, logo nos primeiros minutos houve uma discussão entre as partes. O promotor João Milton Salles exibiu um vídeo de um depoimento em juízo do réu Eduardo Silva, em que o jovem comenta que entrou no carro com Edison pois pensou que Daniel seria “só capado”. Segundo o promotor, “isso se chama Tribunal do Crime”.
Na sequência, Salles falou que o Ministério Público age em prol da sociedade, “quem paga o meu salário são os senhores, não é dinheiro de receptação de drogas e nem do tráfico”. A declaração deixou o advogado de defesa de Edison Brittes, Elias Mattar Assad, alterado.
Elias chamou o promotor de antiético, chamou a sessão de “show de horrores” e ameaçou a abandonar o júri. A advogada Louise Mattar Assad acalmou o pai.
No momento acalorado do debate, os advogados chegaram a trocar acusações. Elias Mattar Assad disse que “toda a família (Brittes) aqui em desgraça, eu estou atendendo por pro bono (em benefício do público)”. Do outro lado, o promotor Salles responde que quem está em desgraça é a família de Daniel, apontando para a mãe do jogador.
Ainda com os ânimos exaltados, Elias escuta que a família Brittes continua se divertindo e ataca perguntando se “ser abusada é diversão?”. Sem titubear, Salles responde com outra pergunta, “ser castrado é diversão?”.
A expectativa é que os debates durem até o final da manhã. Na sequência será a vez dos jurados definirem os votos.